Like a falling rain

The stars above guide me and moonlight is free

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Dialéticamente revolucionando

As Transações

Noventa e nove por cento dos pensamentos humanos são negativos e prejudiciais.
O que somos aqui é o resultado de nossos próprio processos mentais.
O homem deve explorar sua própria mente se quiser se conhecer, se valorizar e se auto-imaginar corretamente.

A dificuldade da análise introspectiva, profunda, está na contratransfrência Esta dificuldade se elimina com as análises estruturais e transacional.

É importante segregar e dissolver certos agregados psíquicos indesejáveis fixados em nossa mente de forma traumática.

As análises estruturais e transacionais combinam-se inteligentemente nessa questão de exploração do Ego.
Qualquer agregado psíquico deve ser previamente segregado antes de sua dissolução final.


A Revolução da Dialética - Samael Aun Weor

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Never waste your truth

Muitas vezes paro e penso no passado. Tantas coisas assolaram minha mente nos últimos tempos, e o mundo continua o mesmo. Tantas oportunidades desperdiçadas, e o mundo continua o mesmo. Poderia ser diferente.

Histórias mal resolvidas, sentimentos enterrados vivos. Pois é, eles nunca morrem, já dizia Karol K. Truman. O que fazer, então? Subconsciente em ação, colocando à mesa os mesmos sonhos de tantas outras noites, sendo esses não muito agradáveis, desse ponto de vista. De fato, o mundo continua o mesmo.

Sou movido a paixão. Não existe motivação o bastante sem esse sentimento que faz a roda girar, gerando energia aos pontos vitais. Tal sentimento tem estado ausente de minha vida já a algum tempo, sem obtenções de maiores êxitos. Mas o que é o êxito, se não um estado da mente?

O grande problema de nadar contra a maré é que dificilmente se sai do lugar. Continuo nessa jornada sem início, meio e fim, buscando algo que eu não sei o que. Preso em algum estranho obstáculo interior, caio no ringue e me levanto. Vou às cordas. Caio novamente. Não tenho medo. Levanto. Caio de novo. E lá estão as cordas para me amparar novamente. Quem se importa? Uma jornada de sucesso sempre há seus obstáculos, os chamados desafios. Coincidentemente, sempre tive uma atração fatal por eles.

É um lado alternativo de minha personalidade, sempre querendo provar pra mim mesmo o quão bom sou e o quão longe posso ir. Por esse motivo que nunca jogo a toalha por razões exteriores, apenas quando acho o desafio não mais atrativo e conseqüentemente, não vale a pena lutar por ele.

Inegavelmente, me auto-afirmo nesse texto, como todos vocês, escritores, autores, literários, simpatizantes e caralhos a quatro, quando resolvem escrever sobre sua personalidade ou sua própria vida. Um grande hipócrita é quem pensa o contrário e engana a si mesmo. As vezes o espelho é cruel.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

The road

Era uma da tarde. Brincadeiras, risadas e gozações me incomodavam profundamente. Não tinha aonde se esconder, aqueles sons pareciam dominar todo o terreno por trás daqueles portões, por maior que ele fosse. Resolvi seguir um rumo solitário. Em um estado alterado de consciência, só me restavam dois caminhos: O da esquerda, pela estrada de terra que rumava até a Vila de Americana, onde haveria pessoas vivendo suas vidas interioranas, nos botecos ou simplesmente rumando até o centro da cidade, com seus respectivos meios de transportes. Não me parecia uma boa idéia ver pessoas naquele momento.

O caminho da direita era mais atraente. Apenas o canavial, uma estrada de terra batida, com enormes plantações a sua volta. Nunca havia caminhado por aqueles lados. Tinham certo temor, nunca tinha visto ninguém a pé por ali, apenas com carros, motos e bicicletas. Aquele era meu caminho.

Sem nenhum pertence, andei sem rumo. Um isqueiro e três cigarros no único bolso da bermuda eram tudo o que eu precisava naquele momento. Não tinha documento, nacionalidade, dinheiro e nem qualquer tipo de aparelho eletrônico roubando minha atenção. Era apenas um ser humano de carne e osso, como qualquer um. Se morresse ali, seria enterrado como um indigente. Eu realmente não me importava. Não queria ser um paulista ou ter um telefone celular tocando. Aquele era o meu momento. Eu e a estrada, ninguém mais.

Caminhei confiante, com aquele sentimento de ser parte de um todo aflorado a cada passo. O Sol ardia em minha pele, contrastando com o gélido vento que ali estava presente. Andava próximo as matas ao lado, e sempre havia um barulho estranho. Seriam cobras, talvez? Possível. Não fazia diferença. Nada impediria minha jornada de continuar em frente. Eu não era o André, eu não tinha medos, temores ou preocupações. De alguma forma, estava ligado a todas as pessoas do mundo e com nenhuma ao mesmo tempo. A vida urbana não fazia sentido.

Avistei ao longe um ponto mais alto, bem no meio da curva. Era um bom destino. Quanto mais eu chegava perto, mais barulho a plantação de cana fazia. Meu ego medroso dizia para abandonar o plano inicial, mas ele não tinha vez. Não naquele lugar. Segui andando até o ponto específico. Daquele ponto, era possível ver os três caminhos que se seguiam, com uma fábrica de vidros ao fundo. Um deles, eu avistava um sítio, era o caminho de volta. O outro caia direto na Rodovia Castelo Branco, o outro caminho de volta, para São Paulo, desta vez. O terceiro era o atalho para a cidade, por onde passamos muitas vezes sobre quatro rodas. Admirei aquela paisagem por alguns segundos e resolvi voltar por onde tinha vindo.

Ao voltar, estava contra o vento, e esse mais forte do que nunca. Todas as plantas daquele lugar pareciam me saudar, vibrando em um ritmo uníssono. Ergui os braços e as saudei de volta. Eu ainda era um indigente, mas naquele lugar, eu não precisava ser alguém. Não precisava de uma identidade, de dinheiro ou até mesmo de uma história. Eu apenas estava lá com o que eu tinha de mais valor.

Seguindo em frente, cruzei o caminho de duas motocicletas. Apenas olhei seus motoristas, que me olharam de volta. Apenas mais um andarilho, era isso que eu era. Quando mais próximo chegava do meu local de origem, os questionamentos e os medos foram voltando aos poucos. Lembrei do meu nome, de quem eu era naquele meio. Inclusive pensei em olhar que horas eram no celular, até lembrar que não estava com ele, justamente por esse motivo. Vi mais pessoas nos sítios em volta, cachorros latindo descontroladamente. Estava sendo visto e notado pelos poucos ali, realmente estava chegando. Abri aquela porteira com a mesma sutileza da saída, entrei e novamente meus ouvidos foram preenchidos pelas risadas daquelas pessoas familiares, que sempre estão de bom humor. Juntei-me a eles novamente e foi dessa forma pelas próximas horas do dia.

Não sei quanto tempo durou aquela aventura, nem à distância percorrida. Eu era apenas um indigente e nunca estive tão feliz por ser aquilo: Um nada e um tudo.